Ariel Nobre
Um dos líderes evangélicos de maior expressão na nação brasileira, Jabes Alencar, Pastor da Igreja Assembléia de Deus do Bom Retiro-SP, esteve pregando pela primeira vez no Ministério Internacional da Restauração (MIR), em Manaus, durante o 11º Congresso da Visão Celular no Modelo dos 12. Segundo ele, isso foi um sonho antigo realizado, pois há muito tempo desejava ministrar no MIR, que, segundo ele, é uma Igreja dos sonhos. Numa entrevista exclusiva, o pastor Jabes Alencar abre o coração e fala sobre a Visão Celular que completa 10 anos no Brasil; faz comparação da Igreja com um tipo de corrida olímpica e faz um alerta para a Igreja despertar para uma colheita sem limites. O Pastor Jabes tem como tema favorito de seu ministério a unidade, e sonha em poder ver os pastores e ministérios unidos num só propósito: pregar o Evangelho. Além disso, o Pastor assembleiano destaca a vida do Apóstolo Renê Terra Nova como pérola que Deus deu à Igreja brasileira. Defende a restauração do ministério apostólico, mas avisa do perigo de querer ser Apóstolo a qualquer custo, e deixa seu recado aos cristãos de toda a nação, dizendo que é hora de vencer as dificuldades do Evangelho e assumir o papel de ceifeiros da última horaRedação
MIR - Durante o 11º Congresso da Visão Celular no Modelo dos 12, em Manaus, líderes da nação comemoraram os 10 anos de Visão Celular no Brasil. Como o senhor analisa a primeira década dessa estratégia no país?Pastor Jabes Alencar
- A minha análise é dentro da visão do crescimento da Igreja nessa reta final. Sabemos que Deus tem as Suas estratégias, e Ele as revela através de uma visão. E eu vejo esses 10 anos de Visão Celular como uma resposta de Deus para as nações, pois vivemos num tempo totalmente diferente, de cidades grandes, e uma série de dificuldades de deslocamento, e coisas desse tipo. Deus, através de Sua sabedoria, tem revelado estratégias para que a Sua Igreja continue crescendo. A prova está aí, no resultado de milhões de pessoas sendo alcançadas nas células. Eu vejo com muita admiração e com muito carinho a comemoração desses 10 anos da Visão, vendo o cumprimento do Ide de Jesus.
MIR - Na sua mensagem aos congressistas, o senhor compara os dias de hoje da Igreja com uma corrida de revezamento 4 x 100, uma prova olímpica de velocidade. Explique-nos mais a respeito deste momento da Igreja. Pastor Jabes
– Nós, muitas vezes, ficamos querendo lembrar que se Paulo estivesse aqui, se Daniel estivesse aqui, e os grandes profetas do passado, certamente o mundo já teria sido alcançado. Mas tenho entendido que Deus levanta a pessoa certa, no tempo certo. Nós somos o Paulo e o Daniel de hoje. Precisamos ter essa consciência de que Deus não comete erros. Quando comparei com a corrida do revezamento de 4 x 100, é que devemos entender que nessa corrida, sempre o último grupo de corredor é o melhor. Porque se o país – que está competindo esse tipo de prova – estiver na frente, não corre o risco de cair para o segundo lugar, e se está em segundo, há a possibilidade de ficar em primeiro, porque o último corredor é o melhor. Isso é muito forte, porque paralelamente em nossas vidas espirituais devemos entender que Deus investiu em nós, e nesta última geração fazemos parte desse último grupo de corredores. O bastão foi passado para nós, e precisamos assumir nossa responsabilidade, porque os anjos desejaram pregar o Evangelho – a Bíblia relata isso – mas Deus deu a nós esse privilégio de alcançar os perdidos. Na realidade, é um privilégio duplo para nós: o primeiro privilégio foi o de termos recebido a missão de ganhar almas, e o segundo privilégio de sermos a última geração. Tudo mostra nos dias de hoje, pelas estruturas do mundo, que Jesus está voltando. Então, Deus tem pressa e nós precisamos ter pressa, e saber que Deus não comete erros. Eu sou a pessoa, você é a pessoa que Deus escolheu para essa reta final, para darmos a arrancada da vitória. Na arquibancada, estão os anjos e a Trindade Santa, esperando para bater palmas. Logicamente, há a torcida do contra, mas sabemos que maior é Aquele que está em nós.
MIR - Então, dentro dessa realidade de urgência, quais os passos que a Igreja do Brasil deve tomar nestes dias para cumprir o seu chamado?Pastor Jabes
- Eu tenho me preocupado muito ultimamente com a Igreja brasileira, e Deus tem colocado uma palavra no meu coração, dizendo que as paredes estão cansadas de ouvir o Evangelho. A Igreja precisa sair das quatro paredes, no sentido de alcançar vidas. Sabemos que o Brasil e o mundo inteiro vivem numa crise muito forte na moral e no espiritual. E quando a pessoa não encontra a comida certa, vai atrás da comida errada. E a Igreja tem a comida certa, porque Jesus é o Pão da vida. Então, a Igreja, em primeiro lugar, deve se esforçar ao máximo em tudo o que puder fazer para alcançar vidas, e em segundo, entender que para ganhar almas, isso custa esforço físico, tempo e dinheiro. A Igreja tem que arregimentar tudo que puder, em todo o seu esforço, para conseguir o objetivo de ganhar almas numa abundante colheita.
MIR - E o que o senhor pode falar sobre a unidade da Igreja? Pastor Jabes
– Para mim, esse é o tema mais importante que mantém hoje a Igreja viva, o tema da unidade. Por muitos anos, foi erguido um muro que nos separava, como o muro de Berlim, chamado de muro da vergonha. O diabo conseguiu nos separar com tantas coisas fúteis e banais, como diferença de liturgias e costumes. Na verdade, essas coisas tão pequenas nos mantinham separados. Mas glória a Deus que o muro da vergonha caiu. Eu costumo dizer que o maior milagre que Deus está fazendo hoje na Igreja, nessa reta final, não é só cura de enfermos. É a quebra das barreiras denominacionais. Amamos nossa denominação, valorizamos nossa denominação, mas entendemos que juntos somos muito mais fortes, e descobrimos que o que nos une é muito maior do que aquilo que nos separa. O que nos separa é o costume e o que nos une é a cruz de Cristo. Há uma visão tão grande de Deus nessa reta final, em relação à unidade, que até os nossos hinos e cumprimentos mudaram. Glória a Deus! Estamos levantando uma bandeira entre nós que é a bandeira do calvário. Ninguém segura a Igreja! É o sonho de Jesus se realizando, pois Jesus sonhou e disse: “Pai, quando eles forem um, o mundo saberá que tu me enviaste”. É o salmo 133 se cumprindo nos dias de hoje, porque é na unidade que “o Senhor ordena a benção e a vida para sempre”.
MIR - O que significou para o senhor poder pregar no MIR?Pastor Jabes
– Foi a realização de um sonho, porque dentro do contexto da Igreja brasileira, o MIR representa algo muito forte, nessa última década. Sempre desejei pregar aqui, e mesmo não podendo vir, por causa de uma série de compromissos, fiz o possível para estar aqui. Então, pra mim foi uma realização pessoal. Foi um sonho poder estar no MIR, e sei que foi um projeto de Deus para mim, no mundo espiritual. Pela misericórdia de Deus, presido o Conselho de Pastores do Brasil, o sinédrio da Igreja brasileira, e o Conselho de Pastores de São Paulo. E hoje o Apóstolo Renê representa uma grande ala da Igreja do Brasil, e a gente está junto no projeto de Deus, como era o povo de Israel, que tinha cada tribo, cada grupo, que se colocava ao pé do monte para ouvir Deus. Por isso, estou muito feliz e agradecido a Deus por ter ministrado aqui.
MIR - Em alguns momentos de sua ministração, o senhor disse que o MIR era uma Igreja apaixonante. Então, quais os aspectos da Igreja que mais o cativou? Pastor Jabes
– Eu tenho visto, em todo esses meus anos de ministério, muita Igreja que começa com ímpeto, com comunhão, com unidade, com paixão, e de repente vai perdendo isso. A palavra que a gente poderia colocar é que a coisa vira rotina, e em qualquer aspecto da vida, rotina é terrível. Ela mata a motivação, mata qualquer energia, qualquer força. A rotina é terrível. Mas a gente vê que esse trabalho não caiu na rotina. Ele continua sendo vibrante, apaixonante. E você cumprimenta qualquer Pastor, qualquer Apóstolo, qualquer líder, e percebe um entusiasmo impressionante. O culto é totalmente envolvente. É impossível você entrar no culto da Visão, aqui no MIR, e não querer ter vontade de pular, de se alegrar, de sorrir, e chorar. É lindo demais isso! Então, vejo que a Visão Celular é realmente de pentecostes. É a visão de Atos 2. Por essa razão, é tremendo e apaixonante estar nessa Igreja. Percebemos que o espírito está vivo e percebemos que não é trabalho de homens, mas do Espírito de Deus.
MIR - O que representa Renê Terra Nova para o Brasil?Pastor Jabes
– Em toda história da Igreja, não só no Brasil, como no mundo inteiro, Deus sempre levantou homens e mulheres que vieram impactar a geração. E sem dúvida alguma, Deus investiu em Renê Terra Nova, pelo menos em dois aspectos. Em primeiro lugar, com um privilégio. Ser Renê Terra Nova é um privilégio; um homem que é respeitado, admirado, honrado por todos, que tem uma unção maravilhosa. Isso é privilégio. Mas por outro lado, é uma responsabilidade. Ai de Renê Terra Nova se ele não for Renê Terra Nova. Então, ele tem que pesar sempre, nesse aspecto, do privilégio e da responsabilidade. E ele representa para a Igreja no Brasil uma voz profética, uma voz de defesa da verdade do Evangelho. Eu sei que o Evangelho não precisa que ninguém que o defenda. Ele defende a si próprio. Mas como representante da Igreja, acho que Deus tem dado essa função para Renê Terra Nova. É uma pessoa que tem da minha parte, e da parte da liderança da Igreja do Brasil, uma grande admiração. Ele representa uma pérola preciosa que Deus deu à Igreja brasileira.
MIR - Qual a sua visão em relação ao ressurgimento do ministério apostólico? Pastor Jabes
– Desde criança, meu pai, que era Pastor da Assembléia de Deus, me ensinou a respeitar as denominações. Cada denominação tem a sua estrutura. Mas vejo que nessa estrutura da reta final, Deus resolveu restaurar o ministério apostólico. Assim como, pode ser que amanhã Deus decida restaurar outro ministério, que talvez nem saibamos que esteja dormindo. O que é Apóstolo? Apóstolo é aquele que e enviado, Apóstolo é aquele que sai. E é exatamente do que a Igreja estava precisando, de alguém que vá, de alguém que seja implantador, que seja líder. Isso já existia, só que não estava funcionando. E eu sei que a coisa veio como resposta de Deus, de fato e de direito. Respeito muito isso, e acho que o título tem significado, desde que você viva esse título. O ministério deve existir, desde que você viva o ministério. É aí que vejo o ministério apostólico, mas infelizmente hoje está virando a moda do momento. Todo mundo quer ser Apóstolo. Não! Tem que ser Apóstolo se você for Apóstolo, aquele que tem chamada para ser Apóstolo. E toda estrutura da Igreja vive em função dessa visão, dessa paixão apostólica. Aí sim, acho interessantíssimo!
MIR - Um recado do pastor Jabes Alencar para o Brasil. Pastor Jabes
– Na verdade, o meu recado está dentro do tema deste congresso: Uma colheita além dos limites. A Dra. Edméia Williams acabou de dizer que a nossa colheita é do tamanho da nossa visão, do nosso sonho, e é uma verdade! Eu acho que Deus não coloca um sonho sem que Ele dê os meios para alcançar esses sonhos. Vamos parar de dizer que a cidade é dura! Muitas vezes, é a gente que é mole! Jesus disse: “Eu estou cuidando dos negócios do meu Pai”. Que a Igreja possa cuidar dos negócios do Pai. Avançar nessa reta final, sabendo que Aquele que prometeu é fiel para cumprir, e vai nos dar a vitória. A minha oração, e o meu desejo, é que a Igreja brasileira tome posse de tudo aquilo que foi ministrado nesse congresso, e que possamos nos preparar. O barco vai encher, mas tem barco vazio do lado, e precisamos compartilhar.
fonte http://www.mir12.com.br/
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